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Séries que não gostei *01 - LOST


Acabei de deixar um comentário num blogue que ainda hoje, passados não sei quantos anos sobre o final da série LOST, se espantava com o final insatisfatório que a série teve. 

Bom, LOST é uma série de TV americana que tem inúmeros fãs. E eu não me encontro entre eles. À semelhança de muitas outras séries que surgiam naquela altura, seguia uma fórmula que não tinha hipótese de me atrair. Para mim era tão óbvia que indubitavelmente também era desinteressante. 

Vi a primeira temporada, com menos interesse vi também a segunda e depois larguei de vez porque não aguentei mais me submeter ao que considerei uma «esticada» sem propósito artístico. A história devia ter terminado logo na primeira temporada. Ou na segunda, vá lá, para não exceder os limites do aceitável no que respeita ao esticar em exagero histórias com conteúdo limitado que, no fundo, podiam muito bem apenas serem um filme de hora e meia.

E porquê não foi um filme? Bom, com aquela temática muitos filmes já foram feitos. Não teria um impacto tão intenso quanto uma série de TV, pois a temática andava desaparecida dos monitores televisivos. Nem um filme poderia render tanto, pois na TV na altura era onde muitos autores queriam estar, a fazer destas séries «pastilha-elástica», que lhes garantia um bom e contínuo rendimento durante anos e anos, coisa que filmes não conseguem. 

O que me atraíu foi o «pitiching» aludir a algo para o «triângulo das Bermudas». E então andei ali, a rondar, a rondar, a «engolir» cada episódio com dificuldade, a deixar que cada um terminasse com uma baita decepção mas a não levar a mal essa impressão de que estava a ser «enganada» como espectadora e aquilo não ia dar a nada (cada capítulo terminava com um grande mistério ou suspense, o que é do mais cliché que existe como recurso, um anzol que ou funciona ou dá muito errado. No meu caso deu muito errado mas pelos vistos ainda pesca muito peixito por aí). 

Achei muito obvio que aquilo ia decepcionar. Que não ia fazer sentido. Que seria perda de tempo seguir. Deixei de ver e soube que a série ia ter outra temporada, e outra, e outra... mas um dia teria de chegar ao fim. E quando chegasse, aí saberia se a minha intuição teria ou não «razão». Pois acho que teve.

Que finalzinho obvio e decepcionante, não?
Estavam todos MORTOS.... A sério?!?!?
Mas isso entendeu-se logo de início. Qual a surpresa? 

A história junto com as técnicas de filmagem foi só enrolar, enrolar, iludir, inventar com o único objectivo de ESTICAR a trama sem que esta tivesse de ter nexo ou respeitasse o espectador. A motivação para tantas temporadas foi só o adiar o momento em que a conta bancária de todos os envolvidos não ia mais poder contar com o pagamento de serviços prestados*...  

Enfim. Não me vou alongar no repúdio generalista que sinto por estratagemas que visam apenas tirar proveito próprio num quase delírio de vaidade meganomano e uma necessidade egoísta de narcisismo profissional e ânsia por um lugar ao sol, custe o que custar. O espectador e a arte é o que menos importa. Enfim. Será que haverá uma alminha que o entenda?



*Daí alguns atores ficarem «chateados» por as suas personagens «abandonarem» a série «prematuramente» enquanto outras permaneciam por lá sempre. (Até aqui se nota que o que importa são outros critérios que não a relevância das personagens).

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Cheaters - infidelidade no flagra com câmaras por perto

Decerto quem vê regularmente TV ou se interessa por programas que de algum modo fazem furor por este mundo a fora, já viu ou ouviu alguma referência ao programa que sdá pelo nome Cheaters" agora a passar em Portugal no canal de cabo CBS Reality.

E assim sendo sabe que o programa é sem tirar nem por o que o nome já diz: Parceiros que traem o outro parceiro. Aquele que está desconfiado contacta o programa de TV que por sua vez segue e monitoriza a pessoa suspeita filmando e registando tudo. Depois quando sabem que podem contar com o reforço de um flagrante filmado, abordam o queixoso, revelam-lhe as descobertas e partem para a confrontação. Namorados e amante, todos os lados dos triângulos se encontram pela primeira vez.

E aqui pergunto: MAS PORQUE É QUE A PESSOA QUE SE SENTE TRAÍDA ATIRAR-SE AO AMANTE??



A sério, não entendo. A menos que este/a seja um grande idiota e provoque a vontade de plantar um soco para a sua voz parar de atrapalhar, não entendo sequer a sua relevância. Existindo amor entre duas pessoas, ao descobrir que esse amor foi traído, o PORQUÊ deve ser a primeira pergunta a precisar de resposta. Quero dizer, entender deve ser a necessidade primária. Ir para as fuças de quem nem se conhece? Acho que faria mais sentido partir para cima da pessoa que se ama e que traiu esse amor e não ir atrás do "outro", que pode ser qualquer um. Às vezes, até pode ser só mais um... é um insignificante.

Vi poucos destes programas e bastam-me uns para entender o conceito e tirar ilações. A primeira que tiro é que escolheram muito, mas muito bem o homem que apresenta e orienta o programa. Ele consegue ter a postura adequada para cada situação e apresentar os factos de uma forma que não deixa transparecer juízo de valor mas ao mesmo tempo parece apoiar cada um dos intervenientes. De vez em quando durante os confrontos ele sabe dar uns bitaques certeiros, mas continua a não ser partidário. É uma espécie de «consciência» mas sem meter mais lenha na fogueira (não precisa, a própria situação e estrutura do programa já é incendiária o suficiente).


A segunda é que sabe-se quem as pessoas são, por vezes mesmo antes de se saber o desfecho e se aprende sobre a natureza humana vendo cada uma destas pessoas, seus maneirismos, comportamentos e argumentos. Existe aquele que é enganado mas que não é exactamente imaculado de culpa no cartório. Existe aquele que é enganado e que se nota que o iria ser para todo o sempre e existe aquele otário que faz um grande show off das suas suspeitas de traição, insuflando o peito e garantindo que «faz e acontece» e quando em confrontação, não diz nada de jeito, não tem amor pela pessoa e aquilo foi mais uma forma de sair por cima de uma relação, humilhando o outro lado.

Aliás, o pedaço que vi agora foi assim. Um rapaz que já no vídeo de apresentação das suas suspeitas de que a namorada o trai surge a falar cheio de cagança, dizendo que «faz e acontece» se apanhar a namorada com outro. Logo aí achei: "não fazes é nada!". No momento da confrontação este «traído» nem três palavras coerentes lhe saíram da boca. A sua ira parecia circunstancial, não emocional. Avança para o outro tipo, que apanhou em cima da namorada, dá-lhe uns fracotes encontrões e nesses momentos iniciais é praticamente dominado pelo indivíduo. Só quando o amante sai de cena é que o «traído» o segue pelo parque de estacionamento para se armar em vitorioso e gritar mais uns tantos palavrões em voz alta. Mas claro, ficou fácil depois do outro virar as costas... (esse outro desconhecia que se estava a envolver com a namorada de alguém).

Mas não termina aqui. A sua indignação como já disse, não parece sentida. Não tem um comportamento de quem foi emocionalmente ferido. E claro, a atitude da namorada é acusá-lo de a ter traído primeiro. Isto tudo entre poucos argumentos e muitos palavrões (que o editor de som tem de tornar mudos um a um). A resposta deste ao ser desmascarado é: "E tens provas? Eu tenho provas." (gesticulando para as câmaras) - lol.

Vai que aparece uma vizinha. A vizinha do lado com quem a namorada diz que ele andou metido "Nem sequer vais procurá-las longe" - diz ela com alguma verdade. A vizinha defende a rapariga, mete-se entre os dois e é afastada pelo rapaz "cagão" com um empurrão na face vezes e vezes sem conta. Só isso já indica o pouco respeito que um homem tem pelas mulheres em geral. Afastá-las metendo-lhes a mão na cara e empurrando-as... Ainda por cima este namorado traído e revoltado, tinha «pinocado» esta vizinha na noite anterior. Umas meras 24 horas! A sua «reacção» a este novo facto é: "E tu gostaste".  Pobreza de espírito e nenhum discernimento reinava por ali. Para colmatar a cereja em cima do bolo é a suspeita de que afinal o rapaz «traído» e assiduamente traidor, que chamou o Cheaters para descobrir a verdade sobre a fidelidade que cobrava mas não oferecia, podia também ser gay e na realidade se interessar sexualmente por homens. WTF...?? (piiii)


Mas um dos casos que vi e achei fascinante - calhou ser o primeiro que acompanhei. Um marido procura o Cheaters para saber se a esposa o trai. Eles têm uma boa vida financeira, uma boa casa, carros, dinheiro, ele gosta dela, diz que o que mais gosta nela é que ela está sempre bem arranjada, tem boa aparência, um cabelo tratado, enfim, cuida de si mesma e ele gosta disso. Diz que não lhe falta nada, namorados de liceu que se casaram cedo, ela ficou em casa sem trabalhar - ambos concordaram com isso já que ele ganhava bem pelos dois. Mas a mulher andava diferente, não demonstrava tanta vontade de o ter por perto, parecia distante e ficava muitas vezes fora de casa até tarde da noite, em saídas com amigas.

Lá vai a equipa dos Cheaters seguir esta mulher. Linda, bem apresentável, andava na companhia de um homem mal vestido, que se veio a descobrir não ter emprego nem posses e vivia num contentor como o sem abrigo que era. Ao volante do carro dela, um mercedes, este homem pára num beco, sai do carro, sobe para dentro de um contentor de lixo e remove do interior algumas coisas, entre as quais um casaco de peles roto. Coloca-o às costas da mulher, que o abraça e beija, aparentemente feliz. E os dois seguem caminho até o contentor/moradia, onde fazem amor num colchão improvisado.

E é neste ambiente que se dá o flagrante. O marido ao perceber que está a ser traído e que o outro é um sem abrigo, acho que aquilo foi um golpe tremendo para a sua vaidade. Ele dava-lhe tudo e ela trai-o com um tipo que nem tem casa onde morar e sobrevive de comida do lixo?

Na confrontação sente-se que existiu em tempos uma união de amor e esperança mas estava agora alterada por uma barreira entretanto erguida que nenhum conseguia derrubar. Existia uma falta de diálogo por, a meu ver, o homem ter ideias muito fixas e não entender que a abordagem para o entendimento devia ser escutar. A esposa dizia-lhe que ele não a escutava. Ele dizia que ia escutar mas o seu comportamento fugia sempre para a acusação e para o "eu". "não te dou eu tudo?", "não tens tudo o que queres?", "já te neguei alguma coisa?" - ela a querer falar de emoções, ele a falar de bens materiais, de estatus e a não entender que já estava a tratá-la como um objecto fazia algum tempo.

Mas ela ainda lhe deu uma chance de falarem. Aceitou ir para dentro do carro com o marido, para conversarem. Só que este não soube ouvir o que ela estava a tentar dizer. Que ele não lhe dava atenção, que chegava tarde a casa, que ela se sentia sozinha e que precisava de se sentir amada, que não foi aquela vida que eles tinham prometido um ao outro, que ela não liga para dinheiro. Mas ele não ouviu e argumentou exactamente o dinheiro que lhe dava para andar bonita, ir ao spa, conduzir um mercedes...

Nesse instante em que percebe que os seus argumentos vão continuar a não chegar até ele a esposa decide sair do carro, dando a conversa por terminada. O marido tem então um gesto que infelizmente é baixo: exige-lhe que lhe devolva a chave do carro que foi comprado com o dinheiro dele. E quando a esposa lhe dá a chave e a aliança e se prepara para sair da viatura ele agarra-lhe o casaco e diz-lhe que também é dele. Ela aceita sem pestanejar que este lhe remova o casaco e lhe devolva a nudez. A mulher tinha sido flagrada em pleno acto sexual, estava nua, no meio da rua, com as câmaras a filmar a discussão e a nudez. Calhou às tantas o marido lhe estender o casaco para que se cobrisse. Mas já que ela lhe virava as costas, ele reclama-o de volta. É mesquinho. Mas pronto, no calor do orgulho ferido, as pessoas podem ser baixas nas atitudes. Cá fora, o amante, num gesto rápido e protector, pega-a ao colo e leva-a de volta para a «nossa casa».

De facto não dá mesmo para adivinhar quem as pessoas são pela aparência. E por vezes nem pelo lugar onde estas moram dá para supor que o carater é tão feio quanto os lugares. Ou tão bonito...


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