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Achas que sabes dançar? - considerações

Aguardava com gosto a chegada da versão portuguesa do programa "So You think You can Dance?", que via entusiastamente no canal FOX, na sua versão estrangeira. Vi duas épocas, pelo que gostei mesmo do programa. Deslumbrava-me com as coreografias fantásticas, tão cheias de mensagens, tão bem executadas. Os bailarinos faziam-me cair o queixo. Todos tão bons, mas tão bons! Fantásticos! Performances espetaculares. Quando descobri que Portugal ia buscar este formato, fiquei contente mas pensei cá com os meus botões: será que temos em Portugal quem saiba dançar assim?

Pois temos! E ainda bem que esta minha dúvida foi rapidamente esclarecida, à medida que os programas avançaram. O que vejo neste grupo de jovens que, como tantos outros, concorreram ao programa, é talento puro, tal como os jovens do outro lado do oceâno. E fico muito feliz.

O que se passou foi que cheguei a duvidar que em Portugal se ENSINASSE dança assim. É um universo que conheço muito pouco ou nada, um muito próprio, meio ausente do grande público. Não é de DANÇA que se fala em televisão, não existem muitos espectáculos e, o máximo que se vê divulgado na TV, são os jovens na noite, a dançar nos clubes, nas notícias sobre bebedeiras ou excessos juvenis, ou nos filmes com basicamente a mesma temática adolescente. Quero com isto dizer que o que conheço sobre dança é apenas aquilo que o meu gosto consegue apreciar. É um misto de intuitivo com prazer pelo belo e emoção.

Sobre o programa Português em particular, fico contente por ver jovens talentosos. É um alento! Que ar fresco para o olhar, entre tanta mediocridade televisiva! Eles agradecem muito à SIC e à Endemol, mas nenhum deles criou e pensou no formato... limitaram-se a copiar. E a reputação da Endemol em relação aos contratos com os artistas, é de "prisão perpétua". Ainda assim, não deve ser fácil em Portugal fazer-se um programa com este calibre, embora sempre existam meios de conseguir capital para o investimento. Acho até que o surpreendente nisto tudo, é que o programa tenha ido parar à SIC! Normalmente, TVI e RTP é que se dão a "Big Brothers" e programas de danças e cantorias. A SIC ficava-se por Floribelas e outros formatos mediocres... mas agora que a Teresa Guilherme produções não faz parte do cenário, abriram-se as portas para a democracia. Será?

Dá gosto ver os movimentos destes bailarinos. E o que me fascina também é ver confirmada a minha tese de que formação é importante, mas não é tudo. Ali estão talentos brutos, self-made bailarinos, que são fantásticos. Jovens que aprenderam na rua a dançar. Isto já me tinha fascinado no programa estrangeiro, onde um bailarino era originário do Haiti e chegou a ser sem-abrigo. Ele era fantástico! E transformou-se sozinho.

Vem-me à mente os "anos luz" de outros aspirantes... talvez agora compreendam. Ou, se calhar, ficam a pensar que, dada a oportunidade também dançariam assim. Deve ser excelente trabalhar com coreógrafos profissionais e contar histórias diferentes vezes e vezes sem conta em registos diferentes e sempre novos. Uma arte!

Como concurso que é, deixa ao critério da sorte a escolha dos bailarinos. O público vota em quem quer continuar a ver no programa e estes votos nunca são concensos. A razão é simples. O público vota mas, quem é o público? O público são os interessados. Aqueles mesmos que vivem em histerismo na plateia. Os amigos e os familiares dos concorrentes. Não são isentos de interesse próprio. A percentagem de público isento que telefona deve ser mínima, arrisco a dizer, abaixo dos 15%. Aliás, esta é uma grande questão entre o programa de lá e o de cá. No nosso não souberam controlar o público, acharam por bem deixá-lo exprimir-se à vontade, e o resultado foi que deixei de ver algumas emissões do programa. Talvez porque, primeiro, não me lembro bem a que horas vai para o ar e estou sempre ocupada com outras coisas e posso sempre ver a repetição. Depois, aqueles gritos, a demora do jurí em opinar, os longos interrogatórios de Manzarra em algumas ocasiões e as brincadeiras estúpidas deste fizeram-me desligar mais rápido. Mas, tirando isso e vendo qualquer actuação, uma pessoa fica agarrada ao ecran.

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