A série de melhor qualidade a passar na televisão portuguesa
“Conta-me como Foi” merece um Emmy (se os houvessem em Portugal). A série não é uma ideia original portuguesa e sim uma adaptação inspirada na espanhola “Cuéntame como Passo”. É exibida na RTP1 quando lhes dá na moca (normalmente aos Domingos muuuito de noite).
É a melhor que já vi. Aquela que me toca no coração, entretém, e me enche de nostalgia por um tempo que não vivi, ao me dar a conhecer o passado que influencia quem sou.
A acção começa em 1968. Altura em que Portugal vive na ditadura de Salazar. A pobreza é muita, o dinheiro pouco e vive-se com dificuldades. Mas nem tudo era mau na década de 60. Segundo alguns parentes, podia-se andar horas a passear pela rua, sem receio de assaltos ou agressões. Eram mais “livres” – uma estranha contradição num período que se diz de opressão e ditadura, mas onde as amizades e as relações afectivas eram mais sólidas e sinceras. O meu imaginário enche-se de ideias, que a série “Conta-me como foi” muitas vezes reproduz.
O enredo da série aposta na simplicidade: mostrar como era a vida de uma família normal, classe média baixa, Lisboeta, como muitas oriunda da província na busca de uma vida melhor e a morar num bairro social. A história é contada pela voz de um narrador adulto a relembrar os seus dias de criança. Existe também a evolução da RTP e o aparecimento da televisão como fio condutor dos acontecimentos. Por exemplo: após adquirirem o aparelho, a família Lopes pensa em comprar uma máquina de lavar e a motivá-los está também os anúncios publicitários da época, ao detergente Skip balde.

As dificuldades financeiras eram muitas e todo dia era uma luta para pagar as dívidas e colocar comida na mesa. Uma sardinha dividida por três, trabalho de manhã ao deitar, realidades muito presentes no esforço de Guida e António Lopes, os pais desta família. A eles se junta os seus três filhos, um casal adolescente e um rapaz de 8 anos, o narrador. Catarina Avelar completa o núcleo familiar, como a avó, mãe de Guida.
António trabalha no ministério e também tem um “biscate” numa tipografia. Guida faz costura para fora, além de tratar da casa. A filha mais velha, Isabel trabalha num salão de cabeleireiro e o filho Tony entrou para a universidade, sendo o orgulho e esperança num futuro melhor. O mais novo, Carlinhos, passa os seus dias entre a escola e as brincadeiras com os amigos no descampado. Pelo meio surgem os ambientes da rua, através do quiosque do seu Camões e da janela da casa da D. Emília, remendadora de meias. Há também o ambiente da igreja, onde o padre desempenha um papel de influência na comunidade e o do café, onde as pessoas, principalmente os homens, vão para beber uma “branquinha” e umas cervejinhas. E assim, por estes cenários, vai-se contando a evolução social, económica e política de Portugal e do mundo.
"Conta-me como foi" retrata, acima de tudo, os papéis sociais e as ambições do homem e da mulher, de jovens e idosos e o modo de viver e de pensar de uma sociedade fechada sobre si, com os seus tabus, que se vê confrontada pelo mudar de mentalidade.
ELENCO:
• Miguel Guilherme – António Lopes - pai, funcionário público e tipógrafo
• Rita Blanco – Margarida Lopes - mãe, doméstica e costureira
• Catarina Avelar – Dona Hermínia - a avó
• Rita Brütt – Isabel Lopes - filha mais velha, cabeleireira
• Fernando Pires – Tóni - filho do meio, estudante universitário
• Luís Ganito – Carlos - filho mais novo
ELENCO:
• Miguel Guilherme – António Lopes - pai, funcionário público e tipógrafo
• Rita Blanco – Margarida Lopes - mãe, doméstica e costureira
• Catarina Avelar – Dona Hermínia - a avó
• Rita Brütt – Isabel Lopes - filha mais velha, cabeleireira
• Fernando Pires – Tóni - filho do meio, estudante universitário
• Luís Ganito – Carlos - filho mais novo
• José Raposo – Engenheiro Ramires – dono da tipografia onde trabalha António Lopes
• João Maria Pinto – Fánan – dono do café
• Luís Alberto – Camões – dono do quiosque
• João Maria Pinto – Fánan – dono do café
• Luís Alberto – Camões – dono do quiosque
• Margarida Carpinteiro – D. Vitória – vizinha da família Lopes, viúva
• Mariema – Menina Emília – solteira, apanha malhas de meias de senhora
• José Pinto – Padre Antunes – o padre conservador
• Manuel Wiborg - Padre Vítor - jovem padre e progressista
• Maria João Abreu – Clara – dona do cabeleireiro onde trabalha Isabel
• Mariema – Menina Emília – solteira, apanha malhas de meias de senhora
• José Pinto – Padre Antunes – o padre conservador
• Manuel Wiborg - Padre Vítor - jovem padre e progressista
• Maria João Abreu – Clara – dona do cabeleireiro onde trabalha Isabel
• Ana Guiomar - Lena - colega universitária de Tóni, progressista e activista
• Sandra Santos – Náni – cabeleireira, colega de Isabel
• Sandra Santos – Náni – cabeleireira, colega de Isabel
• Ramon Martinez – Rui Jorge – namorado conservador de Isabel
• Francisco Madeira – Luís – amigo inseparável de Carlos
• Manuel Alves – Marinho – amigo inseparável de Carlos
• Augusto Portela – Professor Rui Braga – professor de Carlos, Marinho e Luís
• Luís Mascarenhas - Miguel - irmão de António, emigrado em França
• Luís Lucas - Narrador - a voz adulta de Carlos
• Luís Mascarenhas - Miguel - irmão de António, emigrado em França
• Luís Lucas - Narrador - a voz adulta de Carlos
Veja aqui excertos da série:
outra abertura: http://br.youtube.com/watch?v=3gae2WJX834
Isabel e o namorado: http://br.youtube.com/watch?v=Y3XMJP5GvW8
Para ver um episódio rico em referências temporais, da 2ª série, carregue em play. Trata-se dos planos para o casamento de Tony e Helena, e Carlinhos e os amigos decidem imitar o que vêm no seu programa favorito: Bonanza.
“Conta-me como Foi” passou por um sobressalto de produção, ao deixar de ser, sem aviso prévio e a três episódios do final da primeira série, produzida pela produtora RTP Meios. Contudo, a equipa técnica, de produção e de guionistas encontrou uma nova produtora para dar seguimento ao projecto, a competente SP Filmes, responsável pelo maior share da Sic nos seus tempos áureos, pertencente aos profissionais António Parente, Pedro Martins e Jorge Marecos.
“Conta-me como Foi” passou por um sobressalto de produção, ao deixar de ser, sem aviso prévio e a três episódios do final da primeira série, produzida pela produtora RTP Meios. Contudo, a equipa técnica, de produção e de guionistas encontrou uma nova produtora para dar seguimento ao projecto, a competente SP Filmes, responsável pelo maior share da Sic nos seus tempos áureos, pertencente aos profissionais António Parente, Pedro Martins e Jorge Marecos.
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A série "Conta-me como Foi" deve ser lançada em DVD. Nós compramos! Mas vão com calma, que o povo continua pobre e o momento é de crise. Não sejam gananciosos... 20 euros a série, e não se estiquem, ok? Que não estão a importar nada...
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