Vou escrever sobre um assunto que tem vindo a incomodar-me e refere-se às situações e comentários gerados pelo programa “Casa dos Segredos 2”.
EXPLORAÇÃO NA IMPRENSA
Começo pela capa de uma revista: Com estas chamadas de atenção, nunca compraria esta revista! Ou sequer tenho vontade de a folhear se emprestada. Basta-me olhar de soslaio para esta capa e dar de cara com a palavra “traída” em tamanho gigante, para perder de imediato o interesse.
Uma análise mais demorada pelo resto do conteúdo visual da capa só confirma a impressão inicial. “Vida louca” de Dioguinho - decerto um exagero para criar polémica. Uma fotografia de uma rapariga desconhecida ao lado de um dos concorrentes com a legenda “namoro” “mãe conta como Lu o deixou” – uma óbvia treta. “Unidos por um passado violento” - exploração da palavra “violento” numa comparação de “união” sem sentido. E no final reparo, quase que passou despercebido, no exagero da expressão “Bronca da noite”, colada ao lado do logótipo da Casa dos Segredos. Uma clara distorção que pretende encaminhar o leitor menos prevenido para o engodo.
No interior desta revista passo a anal isar o conteúdo que mereceu chamada de capa. Como previsto, muita parra, nada de uva! O primeiro assunto abordado é o da “união violenta” (Cátia e Marco). Não passa de… nada! Nada do que vem escrito acrescenta algum dado novo ao que já se sabe pela televisão. Novo seria explicarem (e provarem) que género de violência é essa que Cátia sofreu, pois isso sim, ainda não foi referido. Mas não há nada, apenas um desabafo (parcial) de pai. A única referência
da suposta violência vivida por Cátia, cuja revelação mereceu honras de capa e foi utilizada para estabelecer uma “união” com Marco, resume-se a esta frase: “ Cátia foi torturada psicologicamente pelo único namorado que teve”. E com isto, apenas por estar escrito, o leitor deve acreditar que é mesmo verdade (ironia)! É mais difícil acreditar na autenticidade da expressão “único namorado que teve” e encontrar crença na «união» das palavras “tortura psicológica” num cérebro que não tem muito para torturar nem se deixa enganar com a facilidade de que se gosta de apontar pela óbvia falta de cultura geral da concorrente e preguiça para a aquisição de conhecimentos. Porém, para lidar com relacionamentos, a concorrente não tem as dificuldades que claramente possuí para a aquisição de conhecimentos. Daí que deixar-se “torturar”, ainda mais “psicologicamente”, não tem grande credibilidade!
Agora, se esta expressão fosse empregue no João Mota, aí sim, faria todo o sentido, já que desde que entrou na casa que este concorrente tem vindo a ser massacrado todas as noites pela concorrente Fanny, que não deixa o rapaz dormir e agarra-se ao miúdo de 21 anos que estrategicamente se deita na beira mais beira do colchão!
E vou já “saltar” para o assunto que mais me incomoda em todo este turbilhão de acontecimentos gerados pelo programa. O polémico comportamento de Fanny com João M., que arrastou para a sarjeta um rapaz chamado Diogo, cujo único crime parece ter sido gostar da rapariga, de quem era namorado e de quem ficou estrategicamente noivo.
Revolta-me que tudo o que fazem é dar “tempo de antena” aos delírios do pai da concorrente, que tudo faz ou diz que está a fazer, para desacreditar um rapaz que apenas semanas antes e durante DOIS ANOS e ALGUNS MESES disse estimar como a um filho. Revolta-me que este pai, um tal de Fernando, esteja tão empenhado em destruir a imagem do rapaz só para tirar as atenções de cima do comportamento da filha e para isso utilize a imprensa e a televisão para continuamente ENXOVALHAR o rapaz.
Não foi Diogo que andou a atirar-se a outra mulher, muito menos diariamente, à vista de todos, ainda que se tente trazer ao lume acusações não comprovadas de supostas infidelidades. Enquanto se conjectura, sem qualquer legitimidade, sobre a conduta moral do rapaz, que não é concorrente para ser trazido ao barulho desta forma, desviam-se as atenções do comportamento da Fanny, esse sim muito claro! É impossível negar que faz crises de ciúmes ao Mota e que está sempre a ter gestos de afecto e a dizer palavras de amor. E o vilão desta história, só porque o pai da Fanny assim o decidiu, é o Diogo? Por favor! O povo não pode deixar-se levar por estúpido e deixar que lhe atirem areia aos olhos!
Revolta-me que apareça na imprensa “historinhas” de cacaracá para reforçar este complô que o pai da Fanny engendrou para «salvar a face» suja da filha. Histórias cujo objectivo é simplesmente desviarem as atenções da Fanny, recorrendo à difamação.
De todas as “provas” e “testemunhas” que este homem (pai da Fanny) diz ter contra aquele que era «como um filho», nada apresentou para comprovar as suas acusações. E já se passaram semanas! Nem precisa, porque sabe que, por enquanto, pode limitar-se a enxovalhar que provas, essas, ninguém quer saber. E digo mais: foi apanhado numa contradição neste seu ataque acérrimo ao “ex-genro”, e o povo deixou passar a gaffe. Deu-se quando disse em directo numa gala de Domingo, na qual apresentou um bilhete de Diogo e o leu em voz alta, que ele e a esposa não sabiam que Diogo ia deixá-los e voltar para Portugal. Mas no dia seguinte, no programa do Goucha, ele e a esposa afirmaram que o Diogo tinha-lhes dito na véspera que se ia embora!
Então para quê aquele TEATRO com o bilhete e tudo??!
São claramente manobras de distracção porque o comportamento da filha é claramente prejudicial à sua imagem. Havia que arranjar um bode expiatório e Diogo, que já era cornudo e parece ser um rapaz pacato ao ponto de ser uma presa fácil, prestou-se a isso. E tem sido!
Não me custa avaliar o carácter de Diogo simplesmente porque o identifico muito semelhante ao de João M. E assim como vejo e oiço a Fanny a «passar-se» com o Mota sem razão de ser, imagino que com Diogo era o mesmo. Sei que quando oiço e vejo a Fanny a acusar o João Mota de ser um «mulherengo saltitão» estou a ver e a escutar algo falso. Por isso sei também serem falsas as referências a Diogo como sendo um «mulherengo». Sei identificar quando uma mulher é obsessiva ao ponto de distorcer o carácter daquele que «ama». Esta capa de revista procura alimentar esta «polémica» sem razão, ao descrever a «vida» de Diogo «rodeado de mulheres». Grande coisa! Eu podia estar rodeada de mulheres e nem por isso ia trair aquela com quem estivesse! Tal como já o provou o JM. Até parece que, numa discoteca, um DJ nunca está rodeado de uma multidão, composta de homens e mulheres… bah! Estão à procura de pêlos em casca de ovo! Às tantas o rapaz sai do trabalho e vai para casa dos pais, onde está sozinho e ainda a sofrer. Sofra ou não, tenha ou não ultrapassado o trauma de ser traído em directo, a verdade é que ELE é que foi ENXOVALHADO e continua a ser! Será que não são capazes de se identificar com o sofrimento pelo qual deve ter passado, ao ver a mulher que ama e acabou de pedir em casamento a esfregar-se noutro homem e a sussurrar-lhe ao ouvido palavras de amor? A pedir a OUTRO que seja o seu noivo? Please! Isto equivale a milhares de facas pontiagudas a serem espetadas no coração!
Este pai tem-se revelado dono de um comportamento obsessivo, tal e qual a filha. Esta puxa a ele! Enquanto isso a mãe, que deve ser mais pacata, é que fica na Suiça a trabalhar. Trabalha com idosos, o que não é nada fácil e é preciso não se ser egoísta e ainda faz manicures à parte para ter mais um dinheirinho e cuida da outra filha do casal, que é menor de idade, sozinha. Espero que os palpites (sempre certeiros) de Teresa Guilherme não se venham a concretizar e que aquele «bigodinho maroto», de que de resto eu também já tinha observado no comportamento e «saídas» do pai da Fanny, não vá levar à «decoração» da testa da esposa (se é que já não aconteceu no passado íntimo do casal), tal como a filha fez com o Diogo. Por fora a Fanny pode sair à mãe, mas por dentro é igual ao pai e tem o temperamento deste!
Aposto que estes pais descobriram muita coisa que desconheciam sobre a filha assim que a começaram a ver na Casa dos Segredos… As pessoas tendem a revelar-se quando fechadas entre quatro paredes. E é por isso que não gosto do OUTRO LADO das reacções que o programa suscita.
Já me cansei da «pobreza» linear daqueles que apenas se limitam a criticar o programa com aquela «batida» expressão «não tem cultura»! Quero saber quem destas pessoas sintoniza a RTP2 para acompanhar alguns documentários culturais!
Porquê as pessoas se refugiam no escudo da «cultura», quando se fala em reality shows de entretenimento?
E porquê usam a expressão «não se aprende nada», quando se aprende bastante?
Este tipo de reality show não é feito para ser um concurso de cultura geral. Embora tivessem andado a inquirir os concorrentes com perguntas de geografia, o objectivo principal destes géneros de programas é simples: estudar o comportamento das pessoas!
E com isso não se aprende? Sim! Aprende-se e muito! Aprende-se com os exemplos lá dentro e com as reacções que suscitam cá fora. Reality shows como estes podem ser criticados por explorar um pouco isto, mas mais não fazem senão lucrar com algo que sempre existiu e existirá sempre: a curiosidade pela vida alheia. Agora com câmaras!
Estava a ver uma sitcom na qual um casal tem uma avaria no receptor de satélite e fica umas semanas sem televisão. Sem televisão… conseguem imaginar o quanto estavam perdidos?? Tentaram fazer passar o tempo com sexo, jogos de monopólio… mas nada realmente resultou! Até que os vizinhos começaram a discutir. Aí pressionaram os ouvidos contra a porta para tentar escutar melhor o que se passava e disseram: “esta é a minha nova novela favorita”!
E com isto está tudo dito. As pessoas gostam, e sempre gostaram, de meter o nariz na vida dos outros. Que agora a sociedade tenha evoluído de forma a que possamos todos estar unidos para discutir a vida de uns poucos que a sujeitam à supervisão de uma estação de televisão, não é nada de anormal. Até facilita, porque enquanto olham para os televisionados, esquecem-se um pouco de falar das vidas dos colegas e de terceiros mais próximos…
Aprende-se mais com este tipo de programas do que se gosta de admitir. Pelo menos os que forem inteligentes vão aproveitar para reflectir sobre si mesmos. Vão aprender algo sobre a forma como se devem relacionar com os outros e lidar com situações de stress. Gostava de poder resumir estes programas com frases «não se aprende nada», mas não é verdade. Gostava de os criticar como sendo «insípidos», mas acaba por não ser verdade. O que pode acontecer é que ou se vê ou não se vêem. Isso sim, é uma escolha!
Ninguém é obrigado a ver, ninguém é obrigado a gostar. Mas é errado difamar ou relegar este tipo de programas para uma categoria «inferior» só porque são puro entretenimento e não procuram explorar o cariz cultural de um «Elo mais fraco» (quando passou apresentado pela Júlia Pinheiro, foi um repulsivo exemplo do quanto os mais fracos perseguem os mais fortes para os eliminar – revelando o pior que existe no carácter das pessoas de uma forma bem mais vil que a “Casa dos Segredos”).
Nem tudo o que parece é e muitas vezes é nos programas que possuem a pretensão de estarem a serviço de um «motivo maior», que se verifica esta simples realidade: andam todos atrás das audiências!
2 comentários:
Ontem naquele programa no canal 1 "estado de graça", quem fazia o papel do pai da fany? era o próprio, ou já existe alguém tão parecido assim?
Não vi. Acho piada que as pessoas que fazem esse programa criticam tanto este género de programas e de pessoas, mas depois aproveitam-se delas para ter audiências!
Viste aquele horrível Reality SHow falso na RTP1, cujo nome até já esqueci e que era com figuras públicas a «parodiar» os reality shows? Que porcaria!
Acho que perdem a moral para criticar.
Completamente!!! Usaram aquilo para aparecer e, o que é pior e imperdoável: não tinham piada alguma!
Isso não se desculpa a quem diz saber fazer humor...
PS:Tank you for the visit!
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